Lendo...

Lendo


Helooo meus amados. Tudo bem?
Espero que sim! Comigo está tudo ótimo.
Hoje trago a resenha de um livro que comprei na promoção esses dias (quem viu a coluna "Carteiro deixou" sabe do que estou falando). O livro é um clássico (se não me engano de meados da década de 80) e faz sucesso até hoje.

Título: Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída...
Autor (a): KAI HERMANN / HORST RIECK
Editora: Best Bolso
Ano: 2012

Páginas: 318
Quando, no início de 1978, encontramos Christiane F. — então com 15 anos —, ela depunha como testemunha num tribunal de Berlim. Pedimos-lhe uma entrevista que faria parte de uma pesquisa sobre os problemas da juventude. Tínhamos previsto duas horas para a entrevista, e elas se transformaram em dois meses. De entrevistadores, passamos a ouvintes apaixonados e profundamente emocionados. Este livro nasceu da gravação desse depoimento de Christiane F. É nossa opinião que esta história ensina mais do que o mais bem documentado relatório sobre a situação de uma grande parte da juventude.
Christiane F. quis que este livro viesse a público. Como quase todos os viciados em drogas, desejava romper o silêncio opressivo que cerca a questão dos tóxicos entre os adolescentes. Todos os sobreviventes da “turma”, bem como seus pais, apoiaram nosso projeto e concordaram, para reforçar a autenticidade deste documento, com a publicação de nomes e fotografias. Das famílias, porém, não citamos os sobrenomes. Ao depoimento de Christiane F., juntamos declarações de sua mãe e de outras pessoas que dela se ocuparam, assim completando a análise com uma perspectiva diferente.

Como eu disse anteriormente, estava querendo ler esse livro há séculos. Vi o filme quando era muito novinha e não me lembro direito e na verdade não dei tanta importância a ele.

Vamos conhecer uma menina de 13 anos que morava no interior e acaba se mudando para Berlim com sua família. Seus pais tinham planos de uma vida melhor e ela sonhava com um quarto só pra ela e a irmã.
A princípio se mudam para um bom apartamento mas depois são obrigados a irem para um menor, pois não havia dinheiro para manter o antigo. Acabam indo para o Conjunto Gropius, que segundo ela, era um aglomerado de blocos de pedra e que tudo era proibido às crianças.

Christiane era acostumada a brincar com seus animais, ao verde, ao espaço, a brincadeiras em lagos e riachos. Ao chegar nesse conjunto, não podia correr pelos corredores, não podia pisar na grama, não podia andar de bicicleta ou patins. Não havia um local de lazer e toda vez que fazia algo "proibido" seu pai a batia. 

A família dela começou a desestruturar: Seus pais brigavam, sua irmã ficava calada, seu pai só sabia bater nelas e a mãe aguentava e se interferisse sobrava pra ela também.

A escola não era muito legal e começou a andar com as pessoas que achava "destemidas e livres", frequentou o Centro de Jovens e lá conheceu o haxixe e a maconha. Ela adorava sentir aquela calma e a sensação de liberdade, o que não tinha em casa.

Seus pais se separam e a mãe acaba indo para um apartamento menor e trabalha bastante para conseguir dar o melhor para a filha. A mais nova decide ficar com o pai, que permanece no conjunto Gropius.

Com a mãe ausente, ela começa a frequentar "a melhor discoteca da Europa", o Sound, e dali conhece várias pessoas, e mais uma droga entra na sua lista: LSD.

O Sound vira praticamente a segunda casa de Christiane, e ela passa a viver a semana pensando no sábado, conhece Atse, Babsi, Stella, Detlef e outros, até que o pior acontece: Ela decide experimentar a heroína.

Após a primeira "picada", fica difícil não querer mais. Ela passa a fazer o que pode para conseguir, passa a viver para ter a picada, os cálculos são feitos de acordo com o valor da heroína.

Christiane e Detlef passam a frequentar a estação Zoo, onde ocorre a "putaria infantil", e lá se viram para conseguir dinheiro.

A situação deles piora, Christiane fica com sérios problemas de saúde e cada vez se afunda mais nas drogas. Em certo momento ela decide parar, mas é uma luta conseguir uma vaga em centro de tratamentos para uma criança que não chegara nem aos 15 anos ainda. 

A mãe dela fica desolada, não sabe mais o que fazer para ajudar a filha, e sente-se mais desamparada por não ter uma ajuda do governo ou de qualquer outra entidade. Todos na verdade só querem saber do dinheiro da família dos internos e nada fazem por eles.
Christiane, no desespero, toma uma decisão e sua mãe também... Era a única esperança.
...

O livro todo é uma luta constante e é difícil você ler o que aconteceu com uma criança, que em dois anos se afundou nas drogas. A Heroína era algo novo na época e se expandiu como o crack hoje. Matava em pouco tempo. Me impressionou muito o fato dela viver pensando na picada, não comia ou bebia, só pensava em como conseguir dinheiro para a próxima.

O livro, em sua maioria, é contado por Christiane, mas há capítulos onde a mãe dela nos passa seus desespero e o motivo de suas atitudes. Ela queria ser uma mãe moderna e liberal, dar a filha o que ela não teve com os pais, e sua filha interpretou como desleixo ou desinteresse.

O que a levou a se afundar? Difícil responder a essa pergunta. Christiane perdeu a liberdade de onde morou toda a infância, apanhou muito do pai, achava que sua mãe não se importava com ela, era proibida de "tudo que era legal" no conjunto residencial em que morava, foi afastada de seus animais. Quando entrou na nova escola, conheceu gente que fumava e andava de preto, tinham uma postura intimidadora e achava que aquilo era o máximo. Queria ser igual e passou a imitá-los. Todo adolescente chega a esta fase, e sem a orientação adequada na escola e em casa, acabou conhecendo esse "mundo obscuro".

Só de pensar que a Christiane existe e tudo isso foi real, me dá um aperto no peito. Penso no sofrimento dela e da mãe... Esse livro deveria ser lido nas escolas, pra mostrar o que acontece no mundo fora das grades dos edifícios. No tempo dela foi a heroína, hoje temos o Crack.

Minha edição é a econômica, que possui as letras menores e as folhas brancas, há alguns erros da diagramação, mas não atrapalha a leitura. O livro não é tão tenso, Christiane narra tudo com uma grande tranquilidade e você entra e participa de tudo como se estivesse com ela, como se tudo fosse normal. No final que você já começa a ficar "MEU DEUSSSS, ACORDA MENINAAA, VOCÊ PRECISA SAIR DESSAAAAA" e torce muito. 

Agora preciso adquirir o novo Eu, Christiane F., a vida apesar de tudo, preciso saber o que aconteceu com ela depois desse livro, trinta e cinco anos depois. 
Mais uma vez, recomendo o livro, ele é ótimo!!


Espero que tenham gostado, alguém já leu? Já viram o filme?

Beijinhos,
Priscila Domingues


11 Comentários

  1. Eu sempre tive curiosidade sobre esse livro sempre que eu via a capa dele, mas nunca parei para ler uma resenha dele, ou comentários. Mas agora, quando eu li a sua resenha, eu vi que o livro é muito mais do que eu imaginava. Gostei do que eu li, e vou colocar nos desejados pra ler o quanto antes.

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  2. Ainda não vi o filme, vou pesquisar.
    Na época em que estava lendo, era novinha e tinha meio que sido obrigada a ler( pois minha mãe tinha lido quando nova e achava que eu também devia conhecer), então, acabei abandonando a leitura, mas quem sabe agora não vejo com outros olhos.

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  3. Oi pri, ainda não li e nem vi o filme, preguei esse livro em uma doação da Biblioteca daqui mas não sei onde minha mãe colocou ele, pois está super velhinho e me dá alergia. Vou procurar ele para ler, parece ser uma história bem tensa apesar de você dizer que não é. Beijos

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  4. Sempre tive curiosidade em relação a esse livro.... desde o tempo que vi o filme.... super adolescente... assistindo o filme escondido com a turminha do colégio... pois era algo que consideramos proibido e profano, então nossos pais não poderiam saber....

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  5. Oi, Pri, tudo bem?

    Li esse livro no colégio acredita? No colégio eu gostava de ler esses livros mais "pesadinhos" no estilo 100 escovadas antes de ir para cama, Hell, Anita e por ai vai huhuahuahua. Lembro que gostei mt de Cristiane F também. Sua resenha me deixou com vontade de reler.

    beijos
    Kel
    www.porumaboaleitura.com.br

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  6. Eu tenho vontade de ler esse livro desde o ensino médio, mas nunca cheguei a comprar, mas sua resenha realimentou essa vontade. Um livro que de certo modo retrata o que pode acontecer ou já aconteceu com muitos que se envolveram com drogas, famílias desestruturadas, pais que batem e por aí vai. É eu vi que tem continuação. E imagino como deve ter sido tensa a leitura.
    Beijos!

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  7. Oi!
    Li a sinopse de livro recentemente e fiquei bastante curiosa para lê-lo.
    Vi que é um livro um tanto polêmico, mas gosto da premissa dele e tenho bastante vontade de conhecer a história.
    Beijos
    Construindo Estante || Facebook

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  8. Não li o livro nem assisti o filme, essas histórias reais me prendem muito ainda mais sendo contadas pela própria pessoa como é o caso de Christiane, mostrando a realidade nua e crua, como a droga é capaz de nos transformar e tudo ao nosso redor também, tudo deriva de um motivo e no caso dessa menina podem ser várias as razões, vou procurar mais sobre os dois livros e sobre o filme também, caso me interesse pretendo fazer a leitura e descobrir mais sobre a vida e as dificuldades de Christiane.

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  9. Olá, Pri!!
    Desde da minha adolescência tive muita vontade de ler este livro Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída..., mas nunca tive oportunidade, agora com essa minha vida literária, vou conseguir lê-lo, sempre tive muita curiosidade de saber a história de Christiane F., pelo o que você escreveu na resenha tem bastante situações difíceis e chocantes que ela e sua família viveu. Adorei como você passou a história na resenha, sem contar tudo e deixando um suspense sobre o desfecho dessa história.
    Beijos,
    @ninh@
    Blog Detalhe Feminino
    http://detalhefeminino.blogspot.com.br/

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  10. Nossa que livro hein, bem profundo e tenso, adorei a sua resenha, ainda não vi o filme, e estou curiosa para ler o livro, creio que temos muito o que refletir com ele, o livro não faz muito o meu gênero, mas creio que irei gostar.
    Beijos *-*

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  11. Pri,
    O livro realmente parece ser maravilhoso, mas não parece ser muito o meu estilo.
    Acho que tenho o DVD do filme mas não tenho certeza kkk.

    Abraços
    Vivi

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